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ATIVIDADE DE HISTÓRIA 8º ANO TEATRO

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domingo, 4 de setembro de 2016

FESTIVAL DE CINEMA

Do jornal Correio do Povo

OS AVANÇOS EM GRAMADO

Festival termina hoje com a premiaçãode curtase longas; evento foi melhor em algunsquesitos


O 44˚ Festival de Grama-do termina hoje com a premiação de curtas e longas no Palácio dos Festivais, às 21h. Depois de um início em alta volta-gem, com as exibições de “Aqua-rius” e “Elis”, o filme que mais se destacou dentre os concorrentes foi “O Silêncio do Céu”, do dire-tor Marco Dutra (SP), produção brasileira rodada no Uruguai e que se destaca entre os favoritos às categorias de Roteiro, Som e até Melhor Filme. Unanimidade entre críticos, a atuação de An-dreia Horta deve arrebatar o tro-féu da categoria de Melhor Atriz, o filme se mostra forte concorren-te na categoria trilha sonora.

A comédia “Tamo Junto”, de Matheus Souza (RJ), foi o filme mais simpático, tratando de ques-tões da juventude, como namoros e escolha de um rumo profissio-nal, além de recorrer a questões de metalinguagem do próprio cine-ma. O próprio diretor assumiu, na apresentação do filme, que acredi-ta ser mais necessário dialogar com os jovens. A atriz Sophie Charlotte chegou a Gramado inte-grando dois longas: “Tamo Junto” e “Barata Ribeiro, 716”, de Domin-gos de Oliveira (RJ). O humor foi uma das características de concor-rentes da mostra brasileira de lon-gas, contando ainda com “O Rou-bo da Taça”, ode à malandragem carioca, e o “El Mate”, corrosivo ao mostrar o encontro entre dois personagens díspares.

Nas questões de estrutura, al-gumas novidades foram bem-vin-das em Gramado. Uma delas foi a projeção, dentro do cinema, da chegada dos homenageados do la-do de fora, enquanto fazem sua caminhada no tapete vermelho. Isso evitou que a plateia ficasse inquieta esperando dentro da sala sem saber o que estava ocorrendo no exterior. A inspiração veio de festi-vais internacionais, como o de To-ronto, observada pelo curador Marcos Santuario, e se mostrou positiva, implementada com solu-ções visuais interessantes pela equipe da direção artística.

ACESSIBILIDADE. A atenção com portadores de necessidades espe-ciais foi ponto positivo do Festival. Isso foi visto na apresentação do curta “Carol”, de Mirela Kruel. A protagonista do documentário, Ca-rol Santos, conta sua história no filme e esteve presente no festival. Ela foi vítima da violência de um namorado, que, inconformado com o término do relacionamento, ati-rou em Carol, fazendo que ela per-desse o movimento das pernas. Para subir ao palco e falar do fil-me, ao lado da produtora Karine Emerich, ela utilizou uma rampa motorizada. “Foi uma grande sur-presa o tratamento que recebi. Um mês antes do início do Festi-val, entraram em contato comigo para saber quais as minhas ne-cessidades. Colocaram um eleva-dor adaptado para que eu subisse ao palco. Foi muito importante pa-ra mim, pois imagine o que seria eu ser carregada no colo. E te-riam de carregar minha cadeira também, que é motorizada e pesa 80 quilos. Ia ser complicado”, ava-liou. Carol é coordenadora do gru-po “Inclusivass”, que funciona jun-to à Assembleia Legislativa do RS e luta pela inclusão das mulheres portadoras de deficiências.

Apesar das iniciativas de audiodescrição que vêm aumentan-do ano a ano no evento, Carol re-clamou que ela devia se estender a todas as sessões e não apenas a algumas. Ela teve de descrever os outros curtas para o seu companheiro, Helio Passos, que é cego e lhe acompanhava na cidade. Carol também se queixou dos banheiros do Palácio dos Festivais, de difícil acesso a cadeirantes. Nos debates dos curtas gaúchos, Helio levan-tou a questão de não apenas se fa-lar sobre a acessibilidade, mas de as equipes também contratarem profissionais portadores de neces-sidades especiais.

A secretária municipal de Tu-rismo de Gramado, Rosa Helena Volk, explica que o Cine Embaixa-dor-Palácio dos Festivais é uma Sociedade Anônima da qual a pre-feitura é acionista e admite o pro-blema. Mas vem com boas notí-cias. Assim que o festival termi-nar, terá início o processo de revitalização do cinema, que leva-rá em conta todas as questões de acessibilidade, com reforma dos quatro banheiros e dos camarins. E salientou que há banheiros e acesso ao Museu de Cinema, recém inaugurado, pela galeria ao lado do Palácio. Já o acesso ao palco, ela ressalta que foi iniciati-va da organização do festival. “Du-rante o ano, como o local funciona como cinema, normalmente não se sobe lá”, observou.

Dentre as iniciativas de inclu-são, também merece nota as ses-sões com audiodescrição ao vivo do curta “Memória da Pedra” e “El Mate”, ocorrida no dia 31 de agosto, quarta-feira, no Palácio dos Festivais. Foi a primeira vez que o curta-metragem que abre a noite esteve acessível ao público cego ou com baixa visão. A produ-ção de acessibilidade foi da Ovni Acessibilidade Universal, com apoio da Fadergs e da Agade. “Nosso trabalho no Festival come-çou em 2012, com o longa “Cole-gas” e continuou nas edições se-guintes”, explicou Mimi Aragón, da Ovni. Ela comemora que a ca-da ano vem aumentando a partici-pação dos portadores de necessi-dades especiais entre a plateia, in-clusive com ônibus fretados levan-do pessoas de outras cidades até Gramado. “Não avançamos tudo o que poderíamos, mas estamos so-mando esforços”, concluiu Mimi.

Também foi possível debater in-clusão e acessibilidade em um en-contro, realizado também na quar-ta-feira, na Sociedade Recreio Gra-madense, com a Mesa “Cinema, In-clusão e Acessibilidade”. As ativi-dades complementaram uma pro-gramação paralela que contou ain-da com a exibição de “Cromosso-mo 21”, de Alex Duarte. O longa-metragem conta a história de Vitó-ria, uma jovem com Síndrome de Down que vive um romance com o sonhador Afonso, um garoto sem a síndrome. E a sessão contou com uma plateia de espectadores também com Síndrome de Down, que passaram com alegria pelo tapete vermelho.

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Crédito

Sou formado em História e em Geografia, com a conclusão do curso de Geografia em 2018. Minha trajetória docente começou em 2002, quando fui chamado pela Secretaria de Educação para atuar como contratado na rede estadual, lecionando em cursos pré-vestibulares. Em 2005, fui aprovado em concurso público, mas, apesar disso, permaneci com contrato. Desde então, atuei em diversas disciplinas, mas atualmente minha atuação está focada em Geografia, no Ensino Fundamental.