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ATIVIDADE DE HISTÓRIA 8º ANO TEATRO

 Atividade de História com as turmas 81 e 82 com teatro disponível para inspirar nas aulas com atividades lúdicas. clique aqui

domingo, 27 de março de 2016

O ano que meus país saíram de férias


O filme "O ano que meus país saíram de férias" de 2006 do diretor Caio Hamburger, ambientado em Belo Horizonte e São Paulo em 1970, auge da ditadura militar no Brasil, retrata a  mudança de famílias nesse período.
Diferentemente de filmes como Batismo de Sangue (2007), que tem como foco a tortura e o drama dos presos políticos, este filme  tem um  tom leve na abordagem destes problemas, dando destaque nos outros prejudicados com a repressão: aqueles que ficam, os familiares dos presos políticos. A espera de Mauro (Michel Joelsas) pelos seus pais (Simone Spoladore e Eduardo Moreira), a Copa do Mundo e o par ação política X repressão. O golpe de 31 de março/1° de abril de 1964, 20 anos, deixou uma mancha na história do país, e agora em curso um golpe jurídico-midiático no país que pretende retroceder todas as conquistas sociais e talvez políticas que conseguimos por mesmas ideias de uma época que é completamente  diferente, o filme dá seu recado, emocionalmente.
No drama  Mauro, uma criança que é deixada na casa de seus avós pelos seus pais, que diziam precisar “sair de férias” e retornar ainda na Copa do Mundo. Percebemos claramente, logo no início do filme, de que tipo de férias os pais de Mauro precisavam. Após algumas ligações preocupadas, Bia (mãe de Mauro) e Daniel (o pai) pegam a estrada com o menino, e ficam claramente preocupados com um carro do exército que passa com eles. Com choros e abraços, eles se despedem, e não nos é dada mais nenhuma informação dos dois, que simplesmente desaparecem até o fim do filme.
E após a partida de seus pais, as coisas se complicam mais ainda para o pequeno protagonista. Com seu avô morto (Paulo Austran) , restará a Mauro viver com Shlomo (Germano Najut), o vizinho, até o retorno de seus pais. Além deste, Mauro terá ainda a companhia de Hanna (Daniela Piepssyk) e os outros meninos da região, com quem viverá algumas aventuras e acompanhará a Copa do Mundo, na ansiosa espera de seus pais. Temos a exibição de grandes momentos da campanha do Brasil na Copa do Mundo de 1970 mas  será muitas vezes usada para discutir outros problemas relativos ao contexto político do filme.  Ítalo (Caio Blat), um jovem estudante de esquerda, comemora o gol da Tchecoslováquia, aludindo a ele como “uma vitória do socialismo” porém tem  uma comemoração muito maior deste mesmo estudante, quando, em seguida ocorre o gol do Brasil.
Isso mostra com alguma clareza como foi usado o futebol naquele contexto político. Por mover multidões e atrair a atenção do povo, o futebol foi usado muitas vezes pelo próprio regime militar como propaganda daquele novo regime, associando as vitórias do Brasil no futebol com as “grandes maravilhas” daquele governo, como o “milagre econômico” e os sentimentos nacionalistas, com slogans como “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Como exemplo deste modelo, temos o próprio jingle da seleção, até hoje muito conhecido pelos brasileiros em geral (“Todos juntos vamos / Pra frente, Brasil/ Brasil/ Salve a Seleção”).
E no final? bom assista ao filme, vale a pena.


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Crédito

Sou formado em História e em Geografia, com a conclusão do curso de Geografia em 2018. Minha trajetória docente começou em 2002, quando fui chamado pela Secretaria de Educação para atuar como contratado na rede estadual, lecionando em cursos pré-vestibulares. Em 2005, fui aprovado em concurso público, mas, apesar disso, permaneci com contrato. Desde então, atuei em diversas disciplinas, mas atualmente minha atuação está focada em Geografia, no Ensino Fundamental.