O site de notícias, "Brasil 247" publicou um excelente artigo "O feitiço do samba: corpo e alma do Brasil". Luis Pellegrini é historiador e jornalista.
Luis Pellegrini disserta as origens do carnaval brasileiro. Ao longo dos séculos várias modalidades de música e de dança foram
cultivadas e desenvolvidas pelos negros no Brasil. No início deste
século várias delas se fundiram para dar origem à grande síntese musical
que é o samba.
Uma dessas modalidades que convergiram para o samba foram os pregões, acalantos, lundu, maracatu, calunga.
Em todas as etnias africanas que vieram para o Brasil, os instrumentos
musicais são considerados objetos sagrados. Cada um deles está ligado a
um ou mais princípios divinos, e sua presença é visível e obrigatória
nos cultos. O mais famoso e que tem uma simbologia muito especial é o atabaques.
O som rítmico emitido pelos atabaques é um estímulo fundamental
para a produção do fenômeno dos "estados de transe mediúnico". Cada
orixá possui a sua frequência vibratória ou rítmica própria. Tal
frequência existe ao mesmo tempo na natureza, no elemento natural que
corresponde àquele orixá - por exemplo, no caso do orixá Iemanjá
trata-se da vibração da água do mar -, e no interior da pessoa que,
usando esse mesmo exemplo, é "filho de Iemanjá", ou seja, alguém que
"carrega" dentro de si, como princípio energético predominante, aquela
mesma vibração de Iemanjá. Submetido ao estímulo sonoro de um dos ritmos
de Iemanjá, o "filho" desse orixá dança e ao dançar desperta e
potencializa a sua "Iemanjá interna". Quando esta estiver bastante
ativada, estabelece-se o "transe", que nada mais é do que a conexão mais
ou menos profunda e bem sucedida das energias do orixá interno com as
energias daquele mesmo orixá na natureza.
O autor diz sobre a origem do carnaval:
" 'Os negros', diz Roger Bastide em Brasil, Terra de Contrastes, 'não contentes por terem transferido da África seus próprios
divertimentos, invadiram o folclore português e cristão e o
africanizaram em parte'. Como explica ainda Bastide, se o carnaval
europeu, como aquele de Veneza, é o triunfo do indivíduo, que escapa
durante três dias à atmosfera cinzenta da vida cotidiana para participar
da alegria da multidão, o carnaval afro-brasileiro é, ao contrário,
coletivo. São os clãs tribais, as "nações", que se dirigem em grandes
grupos, com seus reis e rainhas, com suas oriflamas e seus animais
totêmicos, das favelas e subúrbios proletários para o centro da cidade.
Nas escolas de samba, os mestres de samba exercem rigoroso comando.
Revivem assim a antiga estrutura social que a escravidão destruíra."
E ainda:
"O samba brasileiro é a prova evidente de que as duas civilizações, a
católica europeia e a xamânica africana, que parecem tão afastadas uma
da outra, não precisam se chocar como forças antagônicas, mas podem,
como disse ainda Bastide, 'compor uma única música a duas vozes: o órgão
barroco e o tambor febril; os santos óleos do batismo e dos moribundos,
e o azeite de dendê que escorre das pedras sagradas da África; a
mística dos santos e a mística dos orixás'."
O artigo pode ser acessado no endereço: http://www.brasil247.com/+mr6hz
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Crédito
Sou formado em História e em Geografia, com a conclusão do curso de Geografia em 2018. Minha trajetória docente começou em 2002, quando fui chamado pela Secretaria de Educação para atuar como contratado na rede estadual, lecionando em cursos pré-vestibulares. Em 2005, fui aprovado em concurso público, mas, apesar disso, permaneci com contrato. Desde então, atuei em diversas disciplinas, mas atualmente minha atuação está focada em Geografia, no Ensino Fundamental.
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